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De onde surgiu o estereótipo de escoteiros venderem biscoito?
Se cada escoteiro recebesse um real cada vez que ouviu “mas vocês vendem biscoito?” provavelmente já teríamos muitos milionários entre nós. E embora muitos ainda revirem os olhos ao responder à pergunta, você sabe dizer o porquê esse estereótipo ficou tão forte no imaginário popular?
Essa história começa em 1917, cinco anos após Juliette Gordon Low fundar as Girl Scouts nos Estados Unidos, para financiar as atividades das tropas. A tropa Mistletoe — de Oklahoma — assou biscoitos e os vendeu na cantina de sua escola. Essa iniciativa deu tão certo que na década de 20 já tinha conquistado todos os EUA: isso porque em 1922, a revista The American Girl, publicada pelas Girl Scouts dos EUA, compartilhou uma receita e sugestão de preço de venda.
Nos anos 1930, transformaram essa venda em uma estratégia de marketing e arrecadação de fundos oficial, produzindo em grande escala. Esse cenário mudou durante os anos 40, devido à escassez de ingredientes causada pela Segunda Guerra Mundial e só voltou ao normal no final da década. As bolachas já haviam atingido outro patamar como negócio no início dos anos 50, e, com o crescimento dos subúrbios na América do pós-guerra, as meninas começaram a vendê-los em mesas montadas em shoppings (e é justamente daqui que vem aquelas cenas bem típicas que vimos em muitos filmes e séries). E a história continua até hoje!
Veja aqui a linha do tempo completa da história no site oficial das Girl Scouts
Mas nem tudo são flores, pois essa iniciativa também trouxe algumas pré-concepções bem equivocadas ao longo do tempo: para conseguir bater suas metas de vendas, algumas pessoas consideravam as Girls Scouts insistentes e incisivas demais em sua abordagem, refletindo isso em filmes, séries, desenhos animados, quadrinhos… E consumindo esse tipo de conteúdo desde meados dos anos 30, é inevitável que esses estereótipos acabassem gravados em nossa memória e no imaginário coletivo.
E por que essa pergunta do biscoito ainda é tão frequente mesmo aqui, na outra ponta do continente?
As Girl Scouts dos EUA têm mais de 100 anos de tradição com seus icônicos biscoitos—e, ao longo desse século, o entretenimento americano ajudou a eternizar essa imagem. Essa prática se popularizou nos EUA, porém não é uma prática realizada por escoteiras (ou escoteiros), principalmente em outros países.
Porém, devido à forte influência da mídia americana, é fácil (e esperado) que quem nunca teve contato com Escotismo acabe assimilando essa prática com o Movimento e reforçando esses estereótipos. Agora que você sabe a história, já está pronto para responder o porquê escoteiros não vendem biscoitos.
E no Brasil, como os Escoteiros ganham dinheiro para seus grupos e atividades?
Aqui no Brasil, dificilmente você verá escoteiros fazendo venda de porta-em-porta; por não ser algo cultural nosso, sendo mais comum organizar um evento ou encontro em casa para esse fim, mas também para a segurança de quem está vendendo.

A arrecadação de fundos são descentralizadas, sendo iniciativa de cada Unidade Escoteira Local. Mas dentre as mais populares (e eficazes) estão:
- Bazares: sejam roupas, sapatos, artigos de decoração e outras infinidades de artigos usados, mas que estejam em boas condições. Os bazares são ótimos para a sustentabilidade e economia, fazendo com que algo que não sirva mais para um seja extremamente útil para outro, além de trazer o lucro desejado.
- Artesanatos: nada melhor que unir talentos para trazer suas artes (e recursos) para dentro da sua UEL. Essa ação apoia o Movimento e os microempreendedores — muitas vezes sendo um grupo de mães dos Escoteiros — que expõe seus trabalhos, seja presencialmente ou online (por marketplace ou outra plataforma de compras e vendas).
- Bingo: é um dos jogos mais conhecidos do Brasil, e já popularizado por diversos bazares e eventos. Além de divertido, é uma ótima oportunidade para arrecadar recursos e deixar alguns sortudos felizes com os prêmios.
- Rifa: também muito popular em todo país, as rifas podem ser feitas online ou por meio de bloquinhos; ofereça um prêmio bacana para fazer com que sua rifa venda mais.
- Venda de alimentos: são uma das melhores formas de arrecadar fundos! Ofereça dias temáticos (como “Dia do Hambúrguer”, “Tarde do Pastel”, “Festa do Sorvete”, dentro outros) e convide seus amigos e familiares para participar. Lembre-se que lidar com comida exige uma série de cuidados, então veja aqui a cartilha da ANVISA de boas práticas com alimentos.

Os Escoteiros do Brasil reuniu diversos documentos sobre arrecadação de fundos neste link, assim, fica mais fácil de fazer um planejamento financeiro para alcançar seus objetivos. Por exemplo: sua UEL quer arrecadar verba para custear a alimentação ou parte da inscrição de sua tropa em algum evento — aqui você já tem uma data limite (dia do evento ou dia de encerramento de inscrições) e um valor estimado como objetivo; dessa forma, podem planejar eventos, rifas e afins para conseguir atingir (ou até dobrar) essa meta.
Com tudo isso finalizado, você já sabe responder o porquê os cookies de escoteiros não são vendidos aqui no Brasil e, finalmente, podemos ir em direção a debates mais importantes, como: o certo é biscoito ou é bolacha?