Lobinha de grupo Escoteiro do Amazonas doa cabelos à mulheres vitimas de câncer - Escoteiros do Brasil
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Lobinha de grupo Escoteiro do Amazonas doa cabelos à mulheres vitimas de câncer

13 março 2017

Não me importei em cortar meu cabelo para doar às crianças com câncer, ao menos uma dessas meninas eu ajudarei a sorrir ao se olhar no espelho”. A declaração é da estudante Sophia Rodrigues, de apenas 7 anos, que há alguns meses, viu em um filme uma menina doando o cabelo para uma criança com a doença e sentiu o desejo de fazer o mesmo.

A mãe da menina, a funcionária pública Jéssika Rodrigues, 26, ficou emocionada com o gesto da filha que até mesmo sem conhecer os receptores, resolveu fazer a doação. “Foi uma surpresa para todos nós. Sempre mostramos a importância de doar e dividir com outras pessoas que necessitam, acredito que partiu daí a vontade da Sophia em doar o cabelo. Ela tomou a iniciativa e eu como mãe estou muito feliz e orgulhosa”, relatou.

De acordo com a projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2016, o Amazonas registrou 5.270 novos casos. Pensando nisso, estudante Ana Clara, de 8 anos, também resolveu doar seu cabelo, viu uma amiga da escola que doou as madeixas e resolveu fazer o mesmo. “Eu tinha vontade de doar meu cabelo mas achei que eu ia ficar feia, quando vi minha colega com cabelo cortado fiquei feliz porque ela estava muito bonita, então criei coragem também”, disse.

Ana faz parte do grupo de escoteiros (36º AM La Salle), onde faz trabalhos solidários junto com a mãe, a dona de casa Dalcinete Moreira Aguiar, 43. A mãe explica que a filha tinha o desejo de fazer esse gesto, mas tinha medo de cortar e se achar feia. “Eu, como mãe, a deixei à vontade para decidir, nada foi forçado. Quando a Ana Clara viu que a coleguinha, que já tinha cortado pelo mesmo motivo, ficou bonita, ela tomou coragem e essa atitude fez com que outra amiguinha quisesse ajudar também”, contou.

Segundo a psicóloga Mayara Cansanção, a influência dos pais e do meio em que a criança vive despertam o interesse delas em ajudar as pessoas. “Certamente essas crianças devem ter um entorno rico no sentido de olhar para o outro, com a dor do próximo e o que ele necessita. É importante os pais mostrarem à criança um mundo não tão fantasioso, a realidade, as dificuldades que outras crianças enfrentam e como nós precisamos estar envolvidos para ajudar”, orientou.

Ainda de acordo com a profissional de psicologia, as crianças fazem esses gestos sem racionalizar, simplesmente sentido. “Elas têm um senso de percepção muitas vezes mais aguçado que o próprio adulto, porque ela ainda tem poucos filtros, a gente vai crescendo e de acordo com a nossa história, vamos adquirindo filtros sociais e individuais. Como as crianças não têm, elas conseguem sentir”, revelou.

Fonte: Jornal Em TEMPO Edição de 12/03/2017

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