Capital e região são referência para movimento - Escoteiros do Brasil
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Capital e região são referência para movimento

25 abril 2016

“É normal as pessoas acharem que o escotismo é só vender biscoitos. E olha que nem biscoitos nós vendemos”, brincou a estudante Layslla Zinato, 21. Considerado um projeto alternativo de educação, o escotismo trabalha com jovens em todo o mundo e é uma atividade representativa na região metropolitana de Belo Horizonte: são cerca de 20 grupos, e, de acordo com Layslla, esse é um dos maiores distritos de escoteiros do país. Minas é o terceiro Estado em quantidade de turmas (119), atrás apenas de São Paulo (302) e Rio Grande do Sul (189).

A prática forma jovens a partir de 6 anos, e o último ciclo se encerra aos 21, sendo muito ligada às esferas social e do meio ambiente fora da escola. Crianças, adolescentes e adultos são levados a desenvolver vários valores e passam por uma série de desafios que contribuem para o desenvolvimento pessoal.

“Nosso grupo fica em Betim e já existe há 34 anos. Fazemos parte do distrito metropolitano, que é o maior do Estado e um dos maiores do Brasil. Normalmente, a chegada das pessoas no escotismo é feita por indicação, seja de amigos ou familiares. Mas todos são aceitos em qualquer etapa”, explica Layslla. Ela já concluiu seu ciclo e hoje atua orientando novos colegas como voluntária, que é a forma como o trabalho é desenvolvido. Os grupos seguem as diretrizes da União dos Escoteiros do Brasil (UEB) e se constituem em organizações sem fins lucrativos, em que qualquer pessoa pode participar.

Os escoteiros gostam da experiência comum que o grupo proporciona, no entanto, para a estudante Letícia Reis dos Santos, 16, a prática é pouco divulgada. “Conheci porque algumas amigas me chamaram. Eu gostei e quis ficar. Acho que hoje o que eu mais gosto é exatamente poder desenvolver projetos”, disse. Letícia, como Layslla, ressaltou que a maioria dos interessados chega ao grupo por meio de indicação – de amigos ou da família.

História. O movimento escoteiro foi fundado em 1907 pelo ex-general Robert Baden Powell, após seu afastamento do Exército na Inglaterra.

A ideia inicial de Powell era aproveitar técnicas aprendidas durante todos os seus anos de trabalho e aplicá-las ao desenvolvimento de jovens em um contexto educacional. Apesar de militar, a prática não possui essa herança.

No dia 1º de agosto de 1907, ele levou 20 rapazes para uma ilha no canal da Mancha e realizou o primeiro acampamento escoteiro, local onde pôde testar suas ideias. Foram oito dias de imersão no lugar, e, durante esse tempo, ele aplicou ensinamentos sobre vida em equipe e ao ar livre, acampamentos, fogueiras, jogos, rastreamento, dedução e observação, técnicas de primeiros socorros, alimentação e boas ações.

Foi a partir desse acampamento que o movimento começou e, ao longo dos anos, foi se aprimorando e se espalhando em todo o mundo. No Brasil, o primeiro grupo surgiu no Rio de Janeiro, em 1910, quando uma equipe de oficiais retornou da Europa após contato com Baden Powell.

Saiba mais

No Brasil. Atualmente, são mais de 80 mil escoteiros: são 607 cidades que reúnem 1.265 grupos. Participam no país, segundo a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), 60 mil jovens e, como voluntários, 20 mil adultos.

No mundo. Os escoteiros seguem a Organização Mundial do Movimento Escoteiro (OMME). Eles estão espalhados por 223 países, e a estimativa é que sejam cerca de 40 milhões de membros.

Ramos. Os escoteiros são divididos em ramos, de acordo com suas idades. Os mais novos são do ramo Lobinho (6 a 10 anos), em seguida vão para o ramo Escoteiro (10 a 15 anos), depois seguem para o ramo Sênior (15 a 17 anos) e, por fim, o ramo Pioneiro (18 a 21). Após os 21 anos, eles podem continuar na instituição como voluntários, sendo uma espécie de guia para os mais jovens.

Pilares. Os escoteiros são educados em cinco valores fundamentais, considerando aspectos físicos, afetivos, sociais, espirituais e intelectuais. Além disso, o jovem aprende dez leis básicas: ele tem uma só palavra e sua honra vale mais do que a própria vida; é leal; está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação; é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros; é cortês; é bom para os animais e as plantas; é obediente e disciplinado; é alegre e sorri nas dificuldades; é econômico e respeita o bem alheio; e é limpo de corpo e alma.

Pensando sobre o futuro

Tatiana, 13, mesmo com a pouca idade, contou que sempre teve o sonho de ser mãe. “Acho bebês muito fofos”, disse, entusiasmada. A gestação precoce fez a estudante pesquisar sobre métodos anticoncepcionais, pois, já realizada, ela não pensa em ter outro filho por um bom tempo. “Vou ao posto de saúde e quero começar a tomar injeção”, afirmou, com tom bem decidido. A família da adolescente aceitou sua gravidez e tem acompanhado essa etapa de perto, surpreendendo Tatiana, que chegou a acreditar que enfrentaria resistência dentro de casa. Para o futuro, Tatiana planeja construir uma casa com o namorado nos fundos do imóvel dos pais. “Quando eu tiver idade suficiente, quero me casar”. Ela é aluna do nono ano e contou que, com a ajuda do projeto Saúde Materna, teve condição de ser mais bem orientada – inclusive descobriu que tem direito a uma licença-maternidade mesmo sendo estudante. “Vou conversar no colégio para conseguir meu direito. Assim, faço as atividades em casa e não preciso perder o ano”, revela. Para Tatiana, a maternidade não vai ser empecilho para os estudos.

Fonte: http://www.otempo.com.br

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