Escoteiros Notáveis - J - Escoteiros do Brasil
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Escoteiros Notáveis – J

Jaire Peres de Vasconcelos

Foi funcionário do Banco do Brasil. Escoteiro Chefe Nacional. Destacou-se pela visão moderna e por uma administração dinâmica. Autor da frase: “Ninguém é obrigado a prometer. Mas, se prometer, tem de cumprir”.

Jary Schirmer

Pitingal, RS (atual Passa Sete) – 8/5/1931 — Santa Cruz do Sul, RS – 18/11/2013

Iniciou suas atividades profissionais como balconista de farmácia e Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Sobradinho. Foi locutor da Rádio Sobradinho AM. Estudou no Colégio Pio X, atual Pe. Benjamim Copetti, sendo convidado a dar aulas de Educação Física e Dança por sete anos.

Jary Schirmer foi e é uma referência nas áreas de dança e teatro. Fez cursos de arte dramática, teve um grupo de danças folclóricas, gaúcha e internacional em Sobradinho. Dirigiu diversas peças teatrais, entre elas: Natal do Amor Menino, Opereta Irmã Clara e Pai Francisco, além de cuidar do figurino, makeup, efeitos sonoros e montagem do palco. Atuou no curta-metragem ”Grito de Bamo”, sobre os Monges Barbudos. Foi diretor da Escola Pe. Benjamim Copetti de Sobradinho e da Escola Estadual Pe. Afonso Diehl do município de Segredo, RS. Trabalhou na Secretaria Municipal de Educação e Cultura e Desporto de Sobradinho. Participou da criação da Associação dos Artesão em Sobradinho. Foi membro fundador da Academia Centro Serra de Letras e participou do livro “Vertentes”, como autor do artigo “O Embrião da Cultura”. Ainda, foi membro atuante da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes. Na Sexta-Feira Santa, dirigia e confeccionava os figurinos da Via Sacra, e encenava a morte de Cristo ”literalmente emocionante”. Também foi Patrão do CTG Galpão da Estância de Sobradinho.

Para custear o Curso de Licenciatura em Letra pela Faculdade de Filosofia, Ciências e tetras da Universidade Federal de Santa Maria, confeccionava vestidos de alta costura, bolos de festa e casamento. No Colégio Pio X, lecionou por 27 anos diversas disciplinas como Latim, Inglês, Francês, Português e Literatura. Foi membro do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização).

Jary recebeu nas últimas décadas reconhecidas homenagens, entre elas: Destaque em Artes 1994, do Rotary Clube e Grupo Gazeta; Cidadão Emérito de Sobradinho; em 1997 Destaque Regional da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul – Troféu Cultura Gaúcha e, em 2005, da Associação dos Municípios da Região Centro Serra; Patrono da Feira do Livro de Sobradinho em 2002; Homenageado na Semana da Pátria de Sobradinho em 2014; samba enredo em 2016 (Sempre Alerta Mocidade) da escola de Samba da Mocidade Independente do Bairro Vera Cruz. Teve uma participação determinante na pesquisa e na construção da história de Sobradinho e região, registrou trabalho de campo, arquivos vivos, fotográficos, textos bibliográficos sobre “história da terra” com riqueza de detalhe.

Conforme relatado no Jornal Gazeta Geral, 22/11/2013, “não era de aparência que ele vivia, mas de cultura e conhecimento. Um verdadeiro dicionário ambulante que mantinha uma rotina de passeios pela Avenida João Antônio na cidade de Sobradinho. Qualquer dúvida era só chegar perto dele e, com jeito, perguntar. Mas era preciso encarar seu humor ácido e entender aquelas sábias e humildes palavras. Afinal era de pura vontade que ‘seu Jary’ era feito”.

Iniciou sua vida Escoteira em 1942 no Grupo Escoteiro Aimorés, na cidade de Sobradinho, RS, onde ele e mais sete jovens faziam parte de uma Patrulha Escoteira tendo como Chefe de Tropa o Chefe João Batista dos Santos. Ele lembrava de um acampamento na Semana da Pátria em Porto Alegre, RS, no Parque da Redenção, do qual havia participado com essa patrulha e que, devido ao excesso de chuvas naquele evento, os Escoteiros foram levados para acantonar no porão do Palácio Farroupilha, do governo do Estado. O Grupo Aimorés manteve-se em atividades até meados de 1944, conforme relatos de ex-integrantes e documentos existentes.

Jary retornou ao Movimento Escoteiro como fundador do Grupo Escoteiro Aimoré – 5º RS – da cidade de Sobradinho, em 26/8/1967. Na noite desse dia, durante o Fogo de Conselho na Praça da Bandeira (atual Praça Cornedo Vicentino), prestou sua Promessa Escoteira como Chefe Escoteiro. A primeira patrulha adotou o Leão como animal “totem” em homenagem ao Lions Clube de Sobradinho, tendo como integrantes: Moacir José Weiss, Mário Augusto Lazzari, Gerson Otávio Schirmer, Marco Antonio Bavaresco e Luiz Eduardo Schirmer Vinhas.

Chefe Jary realizou inúmeros cursos de formação e obteve sua Insígnia de Madeira de Chefe de Grupo em 1986. Acompanhou o Grupo Escoteiro Aimoré em diversas atividades, dentre elas, Jamboree Farroupilha no Parque Osório em Tramandaí, RS (1986); 2º Congresso Escoteiro Nacional em Canela, RS (1996); IIº Seminário Regional Pedagogia da Fé em São Leopoldo, RS (1996); CICE-América – Seminário Regional em São Paulo (1997); 3º Congresso Escoteiro Nacional, em Brasília, DF (1997); Encuchibra I (Encontro Cultural Chile e Brasil), na Ilha de Chiloé, no Chile em (1997), Encuchibra II, no Brasil, em Cachoeira do Sul e em Sobradinho (1998), com o Grupo Guia Scout Liceo de Aplicación de Santiago, Chile; Conferência Internacional Católica de Escotismo, em Guadalajara, México (1998); Jamboree Mundial no Chile (1999); 11º Jamboree Panamericano, em Foz do Iguaçu (2001); Mutirão Delta do Jacuí; vários Indabas Regionais e Distritais; 3º Ação Escoteira em São Lourenço do Sul, RS (1996); Trilhas de Especialidades, ELOS Nacionais, como o de Campo Bom, RS (1984); Mini Jam, em Cruz Alta, RS (1972); vários Ajuris Distritais e nestes 46 anos de vida escoteira como o Grande e Querido “CHEFE JARY”, participou e organizou muitos e inesquecíveis Acampamentos do Grupo Escoteiro Aimoré.

Pelos relevantes serviços prestados ao Movimento Escoteiro, foi agraciado com a Medalha de Gratidão, a Medalha de Bons Serviços Grau Ouro e a Medalha Cruz de São Jorge (2012).

Faleceu aos 82 anos em Santa Cruz do Sul, em decorrência de um infarto seguido de acidente vascular cerebral, deixando um legado de trabalho voluntário visando o bem de todos.

Jayme Janeiro Rodrigues

Um dos fundadores da Modalidade do ar. Idealizador do CATAR

João Fagundes Hauck

Padre, desempenhou também a direção do Museu do Homem. Era fluente em nove línguas. Comissário Nacional de Adestramento e Escoteiro Chefe Nacional.

João Fernandes Brito

Escotista e formador fluminense, dirigiu vários cursos, inclusive no Espírito Santo.

João Penha Filho, Monsenhor

Padre. Fundou inúmeros grupos escoteiros nas paróquias para onde era designado. Foi presidente da Região do RN por diversas vezes. Agraciado com o Tapir de Prata.

João Ribeiro dos Santos

18/6/1910 – 19/3/1970

Médico e profissional de Educação Física.

Seu primeiro contato com  o Escotismo foi por meio do Almanaque Tico-Tico quando era jovem, entretanto, sua mãe não autorizou sua participação e tudo ficou nos seus sonhos até à idade de 29 anos, quando foi convidado a participar como médico da Delegação Nacional Escoteira que partiria do Rio de Janeiro rumo aos estados do sul. Foi o início de uma paixão que durou 30 anos até sua morte, com 59 anos.

Dr. João, como era conhecido, era cativante com a sua alegria e conhecimento sobre quase todos os assuntos que se possa imaginar, daí sua conversa ser de interesse do Lobinho ao Pioneiro envolvendo também os Chefes e os Pais e Membros da comunidade.

Apaixonado pela juventude e pela vida, ensinou aos jovens a associar aventura com responsabilidade, e individualidade com coletividade. Profundamente atualizado e integrado nos novos tempos sem perder os objetivos da missão escoteira, numa feita em 1967, em que Diretores da cúpula da UEB questionavam os cabelos longos de quatro jovens escoteiros, havia dito: “Eu me preocupo com o que os jovens têm dentro da cabeça e não fora dela”.

Foi Chefe de Grupo da Associação Escoteira Guilhermina Guinle do Fluminense Futebol Clube em janeiro de 1942 — 1º RJ. Percebeu que a Tropa de Escoteiros tinha uma faixa etária muito longa (11 a 17 anos) e que os interesses dos jovens eram muito diversificados pela idade. Estudou o assunto e verificou que na Boys Scouts of America existia um ramo para jovens de 15 a 18 anos. Dr. João solicitou à UEB autorização para dirigir em 1945 a primeira Tropa Sênior do país no 1º RJ.  Devido ao sucesso alcançado, o Ramo Sênior se expandiu por todo Brasil. A UEB instituiu, após sua morte, que o Dia do Sênior e Guia passasse a ser 18 de junho – dia do seu aniversário.

Dr. João ocupou muitos cargos na UEB, dando sua contribuição criativa e serena para os problemas que inevitavelmente surgiam.  Em 1950, fez parte da Comissão da UEB para elaborar seu Estatuto e em 1953 apresentou uma tradução brasileira do texto inglês do P.O.R.. Preparou junto com o Chefe Orestes Pero a “Memória da 4ª Conferência Escoteira Interamericana” em 1957 no Rio de janeiro e participou do 9º Jamboree Mundial e da Conferência Mundial na Inglaterra em 1957. Como Comissário Nacional de Adestramento, participou da 2ª Conferência do Hemisfério Ocidental da Equipe Internacional de Adestramento na Jamaica e da 3ª Conferência em Canela, RS, em 1960, eventos dirigidos por John Turmann, Chefe de Campo de Gilwell Park.

Em 1961, na 5ª Conferência Escoteira Interamericana , na Venezuela, apresentou o tema “Os Dirigentes Adultos no Movimento Escoteiro”, que foi publicado sob forma de livro em espanhol e português. Esse livro foi revolucionário em termos de seu excelente e objetivo conteúdo, propondo inclusive soluções para um dos mais sérios problemas do Escotismo – o seu financiamento.

Foi Escoteiro Chefe de abril de 1962 a maio de 1965, tendo respondido pela Presidência da UEB no final de 1963. Foi também Comissário Nacional de Lobinhos e de Pioneiros, sendo que neste cargo incentivou a Co-educação, conseguindo que o 1º RS Georg Black tivesse autorização para receber moças como Pioneiras, o que ocorreu em 11/08/1968.  Nomeado em 1967 Diretor de Publicações da UEB e Redator Chefe do “Sempre Alerta”, fez traduções de vários livros tais como a série “Opiniões de Delta”, “Outras Atividades de Patrulha”, “A Evolução do Conceito de Liderança”, “Novos Métodos Escoteiros na França”. Foi um período de farta literatura escoteira.  Ele mesmo foi quem emprestou dinheiro à UEB para comprar uma impressora de segunda mão para reproduzir todos os novos livros. Após sua morte, quiseram ressarcir à sua família pelo empréstimo, mas a mesma fez do seu valor uma doação a UEB.

Em 1978,  foi designado um dos três primeiros Adestradores  Eméritos da UEB . Em sua homenagem o Campo Escola Saint-Hilaire em Porto Alegre, foi denominado Campo Escola Dr. João Ribeiro dos Santos.

Tinha o dom de criar paródias escoteiras e compor, sem conhecimentos de teoria musical. Valia-se de amigos como Margarida Quintão, esposa de seu grande amigo e Escoteiro Walter Quintão. Entre suas paródias musicais estão “Fraternidade”, o Hino do 1º RJ, considerado um primor de letra, que revela a grande aventura e desafio de ser escoteiro, parodiando “Trevo de 4 Folhas”, “Canção do Lobinho 1”, da canção “Cisne Branco”, “Canção do Lobinho 2”, da “Canção do Soldado” e “Sete Escoteiros Fantasmas”, da melodia “Marcha Fúnebre”.

Compôs integralmente algumas canções escoteiras muito executadas, com letra e música: “Hino do II Ajuri Nacional”, a mais conhecida, “Canção do Sênior”, “Jamboree Panamericano”, “Tenho 15, 16, 17 anos”, “Canção do Preguiçoso” e “Dá-nos Fogo”.

Conquistou as IMs de Lobinho e Escoteiro e cursou o 1ºTTT realizado no Brasil, sendo nomeado Deputado Chefe de Campo e Akela Líder. Recebeu as medalhas de Bons Serviços Bronze e Prata, Tiradentes, Cruz de São Jorge, Gratidão Grau Ouro e Tapir de Prata.

Impossível não esquecer a obra de João Ribeiro dos Santos que ultrapassou o 1º Grupo Escoteiro RJ, a Região do Rio de Janeiro, o Brasil e chegou a vários outros países sendo lembrado por todos mesmo depois de ter voltado ao ponto de reunião. Sua grande cultura permitiu inclusive que ele montasse uma Carta Celeste para uso dos escoteiros brasileiros.

Seu primeiro Grupo – 1º RJ Guilhermina Guinle – desde sua morte adotou o seu nome, tornando-se 1º RJ João Ribeiro dos Santos, como lembrança desse grande escoteiro, amigo e cidadão.

José Carlos Macedo Martins

Embaixador. Um dos fundadores da Associação Brasileira de Escoteiros. 

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