Escoteiro participa de maior competição de rally da América Latina, realizada pela Mitsubishi - Escoteiros do Brasil
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Escoteiro participa de maior competição de rally da América Latina, realizada pela Mitsubishi

4 agosto 2021

Entrevista com o piloto de rally Rodrigo Biasi demonstra novas formas de divulgação do Movimento e a contribuição do Escotismo na educação para a vida

Em clima esportivo, os Escoteiros do Brasil descobriram essa semana que Escotismo e rally têm muito a ver. Foi o que nos mostrou o escotista Rodrigo Biasi do Grupo Escoteiro Curupira 99/SP. O adulto voluntário de 43 anos é um escoteiro ativo desde 1985 quando ingressou no Movimento Escoteiro em São João da Boa Vista (SP) como lobinho, por influência de seus pais que já tinham uma história de muito aprendizado dentro do Escotismo. 

Desde então, Rodrigo contribuiu com o desenvolvimento do Movimento Escoteiro do Brasil de inúmeras formas. Inicialmente como jovem, depois escotista, dirigente na Região São Paulo e até como profissional escoteiro da recém-criada área de marketing e comunicação no Escritório Nacional dos Escoteiros do Brasil, entre 2001 e 2005. 

Sua última empreitada como forma de contribuir com o crescimento do Movimento e divulgar o Escotismo é competindo como piloto no maior e mais tradicional rally monomarca de velocidade da América Latina, a Mitsubishi Cup, que esse ano realiza sua 22ª edição. 

Biasi, que atua como professor universitário no curso de Publicidade e Propaganda da UNIFAE, universidade do interior de São Paulo, encontrou uma forma muito simples de demonstrar seu orgulho em pertencer ao Movimento Escoteiro. O carro do competidor, uma camionete da mesma marca que dá nome a competição, é totalmente plotado com adesivos de patrocinadores e outras parcerias institucionais, nas quais incluem-se os Escoteiros do Brasil. 

Biasi e seu navegador no 4º lugar do pódio na prova do último domingo.

A iniciativa totalmente gratuita de divulgação do Movimento Escoteiro foi do próprio piloto, que conta que os adesivos viraram uma forma de aproximação com outros escoteiros, que reconhecem o símbolo da Organização Mundial e do Escritório Nacional e imediatamente iniciam uma conversa sobre o Movimento. O próprio diretor geral técnico da competição, Youssef Haddad, foi escoteiro e também 5x campeão do Rally dos Sertões, importante competição internacional que acontece no Brasil e em 2017 consagrou-se como uma das maiores provas off-road do planeta. 

“Quando eu trabalhava na UEB, a gente sempre buscava mostrar onde estavam os escoteiros no dia-a-dia, porque as pessoas só reconhecem um escoteiro no sábado, quando estamos usando uniforme. Se não está de uniforme, as pessoas geralmente não sabem que é escoteiro. Temos médicos, professores, atletas e várias outras personalidades que são escoteiros”, afirma Rodrigo sobre a importância de demonstrar a capilaridade do Movimento Escoteiro na sociedade e a contribuição do Escotismo nas demais atividades do cotidiano das crianças, jovens e adultos que participam. 

Em 2021, Rodrigo está participando do seu  6º rally. No início do ano precisou fazer uma pausa nas provas porque contraiu a Covid-19 e acabou ficando fora da 2ª etapa das sete em que consiste a competição. Apesar de ter iniciado recentemente como piloto em eventos off-road, Biasi conquistou o 5º e 4º lugar nas provas da Mitsubishi Cup do último sábado e domingo, respectivamente. Na classificação geral, ele está na 5ª posição dentre 16 competidores, um grande feito para um piloto que recém iniciou no rally.

Biasi conta que o esporte sempre esteve muito presente em sua vida, sobretudo os esportes de aventura. O Basquete é uma outra paixão que ele nutre no mundo esportivo, além, é claro, do montanhismo, como todo bom escoteiro. No ano do centenário mundial do Escotismo, Rodrigo fez parte da expedição da primeira equipe a subir e pernoitar no Pico da Neblina, na Amazônia. Na época, ele estava acompanhado de seus colegas de trabalho da TV Record e de membros do Exército brasileiro que concederam uma licença exclusiva para que eles pudessem escalar o ponto mais alto do Brasil, com 2.995 metros de altitude. 

Ao todo, foram 14 dias de expedição, dentre cursos de sobrevivência na selva e a caminhada propriamente dita. Ele, que se emocionou ao alcançar o cume do Pico da Neblina carregando a bandeira do Birô Mundial do Movimento Escoteiro, também faz questão de utilizar o distintivo da fraternidade escoteira mundial em seu macacão do rally e o adesivo dos Escoteiros do Brasil em seu capacete.

Rodrigo Biasi com a bandeira da Organização Mundial do Movimento Escoteiro no cume do Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, em 2007.

Casado há cerca de 17 anos com Nayara Vicari, com quem tem um filho de 8 anos que acaba de ingressar no Ramo Lobinho, Rodrigo Biasi atribui ao Escotismo boa parte de quem ele é hoje e do que construiu ao longo da vida, a começar pela família. “Conheci minha esposa no Movimento Escoteiro, consegui meu primeiro emprego como recreador porque fazia parte do Movimento Escoteiro e, sem dúvidas, hoje sou quem eu sou por causa do Movimento Escoteiro. Devo muito ao Escotismo e o que faço hoje é na tentativa de retribuir”. 

Finalizamos a entrevista com a mensagem de que apesar do Método Escoteiro ser aplicado de formas variadas e, às vezes, adaptada a determinadas realidades em Unidades Escoteiras Locais, uma coisa é certa: a contribuição do Escotismo na vida de todos os que fazem parte desse Movimento, seja qual for a crença, a cor e a orientação sexual, é a mesma e dura por toda uma vida. 

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