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Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência é marcado por história de superação dentro do Movimento Escoteiro
No ano de 1982 foi oficializada no Brasil um dia de Luta da Pessoa com Deficiência, instituído Lei em 2005. O dia 21 de setembro marca a data de reflexão pelas reivindicações de cidadania e participação em iguais condições, uma luta nacional num país que conta com mais de 45 milhões de deficientes, de acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, naturalmente, a celebração deste dia é acompanhada de histórias emocionantes de inspiração.
Sergio Nardini nasceu em 1967, no interior do estado de São Paulo, com uma doença chamada amiotrofia espinhal progressiva tipo II, que desde cedo o fez ter necessidade de utilizar a cadeira de rodas. Quando pequeno já não tinha firmeza e movimentos das pernas, e foi perdendo também o movimento dos membros superiores, até ficar tetraplégico. Autodidata e artista plástico, seguiu a vida enfrentando as dificuldades, e saboreando momentos com a esposa Elisângela e a filha Lavínia, de 08 anos.
No último dia dos pais, em agosto, o Grupo Escoteiro Portal das Águas (365°/SP), do qual Lavínia faz parte no Ramo Lobinho, organizou uma atividade no âmbito da campanha ‘Dia do Amigo’, em que os membros poderiam convidar um amigo ou familiar para passar o dia e participar das atividades. Sergio se aprontou para acompanhar a filha, que pela primeira vez teria a oportunidade de vivenciar um momento destes com o maior apoiador. Embora apreensiva com a possível dificuldade de locomoção do pai, a pequena se emocionou com a companhia, e juntos foram ao Parque Ecológico de Amparo-SP, onde o grupo se reúne.
A tarde com os Escoteiros foi bastante desafiadora, mas de muita alegria para Sergio. Pelas redes sociais do ‘Pai de Rodinhas’, personagem que Sergio mantém para divulgar o trabalho como palestrante motivacional e também como escritor, comentou ter experienciado inclusão, integração e cooperação. “Eu já conhecia o trabalho maravilhoso realizado pelo grupo Portal das Águas e sempre admirei, mas dessa forma, como pai de uma Lobinha, foi a primeira vez”, conta o pai de Lavínia. A principal barreira enfrentada foi de fato a locomoção dentro do parque, obstáculos superados graças à ajuda da esposa e dos chefes escoteiros, de acordo com Sergio. “O grupo teve o cuidado de montar as atividades em locais possíveis para que eu pudesse participar”
Muito além da emoção em estar ao lado da filha participando de um importante momento do desenvolvimento – ainda mais pelo simbolismo promovido pela campanha da amizade promovida pelos Escoteiros do Brasil -, o episódio de Sergio e Lavínia é um exemplo de um pilar do Movimento Escoteiro: a preocupação com a inclusão. Sergio completou o relato considerando este aspecto. “Os grupos de escoteiros precisam estar preparados e aptos para receber todos os tipos de pessoas, respeitando as diferenças e atendendo as necessidades de cada participante. Eu posso dizer que o grupo Portal das Águas trabalha desta forma, pois, frequentemente, conta com a participação de pessoas com deficiência”.
Pelo Brasil, diversas ações têm colocado o Escotismo cada vez mais em contato com histórias como a de Sergio. No Rio Grande do Sul, por exemplo, desde 2015 há uma Política Regional de Inclusão e Acessibilidade, voltada justamente às necessidades das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nos grupos gaúchos, iniciativa reconhecida pelo Ministério dos Direitos Humanos. A Região Escoteira também organiza mutirões e semanas de reflexão sobre o tema, em prol de despertar atenção e reflexão por uma questão nobre. Em agosto, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla publicou uma série de vídeos (Histórias de Inclusão | Deficiência Física) que trazem histórias recentes sobre a temática, que servem de exemplo para todo o país. “Escotismo também é isso: misturar tudo entre todos – e vice-versa – com carinho, respeito e naturalidade na relação com as diferenças. Me senti incluído e, sobretudo, acolhido”, finalizou Sergio.