Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência é marcado por história de superação dentro do Movimento Escoteiro - Escoteiros do Brasil
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Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência é marcado por história de superação dentro do Movimento Escoteiro

21 setembro 2018

No ano de 1982 foi oficializada no Brasil um dia de Luta da Pessoa com Deficiência, instituído Lei em 2005. O dia 21 de setembro marca a data de reflexão pelas reivindicações de cidadania e participação em iguais condições, uma luta nacional num país que conta com mais de 45 milhões de deficientes, de acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, naturalmente, a celebração deste dia é acompanhada de histórias emocionantes de inspiração.

Sergio Nardini nasceu em 1967, no interior do estado de São Paulo, com uma doença chamada amiotrofia espinhal progressiva tipo II, que desde cedo o fez ter necessidade de utilizar a cadeira de rodas. Quando pequeno já não tinha firmeza e movimentos das pernas, e foi perdendo também o movimento dos membros superiores, até ficar tetraplégico. Autodidata e artista plástico, seguiu a vida enfrentando as dificuldades, e saboreando momentos com a esposa Elisângela e a filha Lavínia, de 08 anos.

No último dia dos pais, em agosto, o Grupo Escoteiro Portal das Águas (365°/SP), do qual Lavínia faz parte no Ramo Lobinho, organizou uma atividade no âmbito da campanha ‘Dia do Amigo’, em que os membros poderiam convidar um amigo ou familiar para passar o dia e participar das atividades. Sergio se aprontou para acompanhar a filha, que pela primeira vez teria a oportunidade de vivenciar um momento destes com o maior apoiador. Embora apreensiva com a possível dificuldade de locomoção do pai, a pequena se emocionou com a companhia, e juntos foram ao Parque Ecológico de Amparo-SP, onde o grupo se reúne.

A tarde com os Escoteiros foi bastante desafiadora, mas de muita alegria para Sergio. Pelas redes sociais do ‘Pai de Rodinhas’, personagem que Sergio mantém para divulgar o trabalho como palestrante motivacional e também como escritor, comentou ter experienciado inclusão, integração e cooperação. “Eu já conhecia o trabalho maravilhoso realizado pelo grupo Portal das Águas e sempre admirei, mas dessa forma, como pai de uma Lobinha, foi a primeira vez”, conta o pai de Lavínia. A principal barreira enfrentada foi de fato a locomoção dentro do parque, obstáculos superados graças à ajuda da esposa e dos chefes escoteiros, de acordo com Sergio. “O grupo teve o cuidado de montar as atividades em locais possíveis para que eu pudesse participar”

Muito além da emoção em estar ao lado da filha participando de um importante momento do desenvolvimento – ainda mais pelo simbolismo promovido pela campanha da amizade promovida pelos Escoteiros do Brasil -, o episódio de Sergio e Lavínia é um exemplo de um pilar do Movimento Escoteiro: a preocupação com a inclusão. Sergio completou o relato considerando este aspecto. “Os grupos de escoteiros precisam estar preparados e aptos para receber todos os tipos de pessoas, respeitando as diferenças e atendendo as necessidades de cada participante. Eu posso dizer que o grupo Portal das Águas trabalha desta forma, pois, frequentemente, conta com a participação de pessoas com deficiência”.

Pelo Brasil, diversas ações têm colocado o Escotismo cada vez mais em contato com histórias como a de Sergio. No Rio Grande do Sul, por exemplo, desde 2015 há uma Política Regional de Inclusão e Acessibilidade, voltada justamente às necessidades das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nos grupos gaúchos, iniciativa reconhecida pelo Ministério dos Direitos Humanos. A Região Escoteira também organiza mutirões e semanas de reflexão sobre o tema, em prol de despertar atenção e reflexão por uma questão nobre. Em agosto, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla publicou uma série de vídeos (Histórias de Inclusão | Deficiência Física) que trazem histórias recentes sobre a temática, que servem de exemplo para todo o país. “Escotismo também é isso: misturar tudo entre todos – e vice-versa – com carinho, respeito e naturalidade na relação com as diferenças. Me senti incluído e, sobretudo, acolhido”, finalizou Sergio.

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